Para continuar com a difusão da cultura das ribeiras, num plano que atende tanto a salvaguardar as formas herdadas como aos novos usos sociais do legado patrimonial, desde Barcas do Minho elaboramos un projecto para recuperar uma das tipologias mais singulares, coa realização de uma réplica navegante do barco de dornas, com datas de execução de Fevereiro a Maio de 2007. Destinado a divulgar o meio fluvial da Ribeira Sacra, com actividades de lazer no próprio território e com itineráncias que o colectivo desenvolve dentro das mostras da Federación Galega pola Cultura Marítima e Fluvial.
Anotamos dois intentos anteriores. Em 2001 desde Barcas do Minho executamos um exemplar para a mostra Do batuxo ao carocho, e em 2003 a Fundación Xosé Soto de Fión realizou outro para o Museo de Arxeriz. Por tamanho, fidelidade ao modelo tradicional e destino das embarcações, segundo critério do nosso colectivo não cumprem estes modelos os cometidos que deveriam. Destacamos na proposta o que de novo tem na representação do património, apostando pela socialização e o disfrute dos bens culturais. Assim atendemos à crescente demanda de actividades respeitosas coa natureza, de encontro e de interacção social. Em resumo, entendemos que o património natural e cultural é uma riqueza da área que não é suficiente conservar, senão que é preciso activar em proveito dos vizinhos.
A escolha tem história. Dentro da diversidade de tipologias de embarcações nos rios galegos, uma mostra da nossa riqueza cultural, atendendo ao número de elementos flutuantes, topamos um exemplar de dobre casco conhecido como barco de dornas. Documentado no rio Minho desde Belesar (O Savinhao-Chantada) a Tui, no Sil, no Cabe, no Lima e no Ávia. Seguramente também, por microtopónimos que se conservam, teve assentamento ademais no Ulha e no Lérez, o que o converte em uma das formas com maior expansão territorial, além da sua singularidade.
Sendo escassas as mostras de embarcações tradicionais que se conservam em uso, até hoje do barco de dornas não temos nenhum exemplar nos rios galegos. Afortunadamente conservamos estudos de Xaquín Lorenzo e Fernando Alonso Romero, planos, fotos e dornas que nos permitem reproduzir com fidelidade esta embarcação.