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   Início > Os peixes dos rios galegos

LAMPREIA (Petromyzon marinus)
Lampreia
Talha: De 60 a 70 cm
Distribuição: Todo o Atlântico norte europeu e americano
Situação: Recessão
Impactos: Pesca excessiva, contaminação, barragens e clandestinos



Como espécie anádroma, faz a sua entrada nos cursos galegos desde Fevereiro a Junho, buscando nos rios biótopos areosos de correntes moderadas. O seu aproveitamento foi em pesqueiras artesanais (Minho, Ulha e Mandeo). Abonda no Ulha, Úmia, Tea e Eu, no Minho chega só a Frieira, desaparecendo do resto do sistema Minho-Sil, dos tramos altos do Ulha e Tambre e do Lérez.





SÁVEL (Alosa alosa)
Sável, sable ou sábalo
Talha: De 35 a 50 cm
Distribuição: Desde o sul de Noruega até Itália
Situação: Recessão em toda Europa, risco de desaparição
Impactos: Barragens e contaminação



Espécie típica de rios amplos e caudalosos, sem represas nem obstáculos que a obriguem a dar grandes saltos. Inicia o remonte do rio de Março a Junho -prefere as águas cálidas-. Conhecida também como "cocho de rio", teve uma grande importância alimentar nas beiras do Minho, onde se salgava a sua carne. Chegava a Ribas de Sil, hoje a barragem de Frieira detém a subida pelo Minho, pode aparecer no final do Ulha, e possivelmente no Umia e no Eu.





ZAMBORCA (Alosa fallax)
Zamborca, savoga, sabela
Talha: De 35 a 45 cm
Distribuição: Desde o sul de Noruega a Itália
Situação: Forte recessão
Impactos: Barragens e contaminação



A diferença do sável é por ter um menor número de branquispinhas no seu primeiro arco branquial, e por apresentar (não sempre) de 6 a 10 manchas negras a cada lado do corpo. Comportamento similar ao sável, está presente no Baixo Minho, e nos tramos finais do Ulha e Úmia. Em forte recessão no Minho e no Ulha: nos anos 50 um grande número de indivíduos remontavam o Ulha passando Gimonde, a onde hoje apenas chegam exemplares.





SALMÃO (Salmo salar)
Salmão
Talha: De 75 a 100 cm
Distribuição: Atlântico norte, com o Douro como limite sul
Situação: Forte recessão, risco de desaparição
Impactos: Barragens, contaminação e pesca furtiva



De Janeiro a Julho, salmões de quatro, de cinco e até de seis anos remontam os rios em busca de águas limpas, pouco profundas e bem oxigenadas para desovarem. Com dois anos as crias baixam para o mar. Depois duma forte decadência nos anos 50 e 60, provocada pelas barragens, o processo de extinção continua e hoje o salmão desapareceu de case a metade dos rios onde o havia em 1990.





REO (Salmo trutta trutta)
Reo
Talha: De 35 a 60 cm
Distribuição: Atlântico norte, até ao noroeste ibérico
Situação: Limitação a tramos sem barragens
Impactos: Clandestinos, barragens e contaminação



O reo tem um ciclo similar ao do salmão. Remonta os rios nos meses de verão para o desove e as crias dum ano baixam para os esteiros, de onde não se afastam. Presente de forma ocasional em muitos rios, só realiza verdadeiros remontes no Eu, Sor, Eume, Grande, Tambre e Minho. Está a ter uma forte redução do tamanho das espécies capturadas.





BARBO (Barbus barbus bocagei)
Barbo
Talha: De 30 a 50 cm
Distribuição: Sudoeste e centro de Europa
Situação: Pouco conhecida, baixa presença em Galiza
Impactos: Desconhecidos



O barbo está presente nos rios Lima e Támega. Tem preferência pelos cursos médios e habita zonas areosas ou pedregosas, com correntes moderadas ou rápidas, ainda que não despreza os cursos baixos e lentos dos rios. O rasgo morfológico mais peculiar deste ciprínido é a possessão de quatro barbelas no beiço superior.





TRUTA (Salmo trutta fario)
Truta, troita comum
Talha: De 20 a 35 cm
Distribuição: Em case todo o planeta
Situação: Boa, com recessões locais
Impactos: Sobre pesca, contaminação e furtivos



É a principal espécie objecto de pesca e à que vêm dirigindo o incremento da pressão pesqueira dos últimos anos em Galiza. Está presente em case todos os rios galegos, se bem tem preferência pelos tramos altos, já que busca correntes rápidas e leitos pedregosos para o desove e as etapas juvenis. Ausente dos rios estacionais e dos tramos fortemente contaminados.





VERMELHA (Rutilus arcasii)
Vermelha, renhosa
Talha: De 5 a 13 cm
Distribuição: Norte e centro da península Ibérica
Situação: Pouco conhecida
Impactos: Desconhecidos



Este pequeno ciprínido tem como elemento específico uma coloração encarnada na base das asas pares e da asa anal. É um endemismo das zonas norte e centro da península Ibérica, mas a pesar disto acha-se pouco estudada. Prefere águas de fluxo lento ou represadas, e em Galiza topa-se nos rios Minho-Sil, Verduxo, Oitavém, Umia, Ulha, Tambre e Mandeu.





PANCHA (Leuciscos carolitertii)
Pancha, cacho, cachizo, jardo
Talha: De 18 a 25 cm
Distribuição: Sul e centro de Europa
Situação: Pouco conhecida



Da família dos ciprínidos, distingue-se pela boca grande e escamas grandes que lhe dam aspecto reticulado. Presente nas correntes do interior (Minho-Sil, Lima e Támega) e também nos rios Lérez, Tambre, Úmia, Ulha e no Lenguelhe na sua desembocadura. Prefere águas tranquilas, e cada vez é mais frequente achá-lo noutros rios que antes não habitava.





ESPINHENTO (Gasterosteus aculeatus)
Espinhento
Talha: De 5 a 7 cm
Distribuição: Árctico boreal, chegando em Europa ate ao Mediterrâneo
Situação: Boa



Ocupa as bacias do Minho-Sil e Lima, e também está presente nas desembocaduras do Úmia e Ulha-Sar, assim como na represa do Eume. Se bem as povoações dos países do norte são migratórias, na Galiza tem costumes sedentários e prefere águas tranquilas e com vegetação. De cor variável, castanha-verdosa no lombo e prateada nos flancos, com tons rubros na gorja e no ventre os machos na época da desova. É o mais pequeno dos nossos peixes autóctones.





ESCALO (Chondrostoma polylepis)
Escalo, boga, pepa, peixe comum
Talha: De 17 a 30 cm
Distribuição: Ocidente da península Ibérica
Situação: Em expansão



Ciprínido endémico de Portugal e Galiza. De cor castanha-dourada no dorso, mais clara na zona ventral. No nosso país acha-se bem representada na maioria das bacias. Move-se em grandes grupos e de adulto alimenta-se principalmente de algas. São resistentes à contaminação orgânica, suportando baixos níveis de oxigénio na água. Tem grande capacidade de dispersão, ocupando todos os habitats nos cursos inferiores e médios.





ENGUIA (Anguilla anguilla)
Enguia, anguia
Talha: De 30 a 35 cm o macho, e de 50 a 100 cm a fêmea
Distribuição: Bacias do litoral europeu e norte-africano
Situação: Em recessão
Impactos: Grandes presas, captura de engula



Está presente na maioria das bacias galegas. É a única espécie catádroma dos nossos rios: nasce no mar e chega aos rios como engula (cria da enguia), remontando-os sempre que não ache obstáculos como as presas das barragens. Desde anos atrás, o colectivo ecologista Coto do Frade, do Ribeiro, recolhe no pé da presa de Frieira, no Minho, as crias de enguia para subi-las ao outro lado da barragem.




Nos nossos rios vivem uma dúzia de peixes autóctones, próprios de Galiza. Uma maioria deles estão em regressão, e alguns como o salmão ou o sável, em perigo de extinção. Não devemos esquecer que no nosso país já se extinguiu o esturjão ou o solho rei, como também era conhecido. As barragens e a qualidade das águas são responsáveis destas perdas. Além disto, foram introduzidas espécies naturais doutras áreas geográficas, com o risco de que medrem sem controlo e desprazem os peixes autóctones. O interesse comercial (piscicultura, pesqueiras) e desportivo foram as causas principais da sua introdução. Entre outras espécies forâneas temos a truta americana, o carpim, a carpa, o black-bass, a gambusia o góbio e a lampuja.


A cultura das ribeiras fluviais, desde uma interpretação guiada pelas embarcações tradicionais de rio, ao igual que deve lembrar a pesca como uma riqueza do nosso passado, não pode ser alheia ao respeito pelos recursos naturais.



Os peixes dos rios galegos

DEBUXOS: DAVID ROMERO

TEXTO: ADEGA
http://www.adega.org



Barcas do Minho