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    O barqueiro vai terçado na embarcação coa finalidade de manter o equilíbrio, podendo assim fazer mais força à hora de empuxar a rema. Este situa-se perto da cueira ou traseira, e pela parte de abaixo, sacando a rema para atrás. Também pode colocar-se em riba da travesseira -tábua sobre os laterais-, ainda que isto não o pode fazer qualquer, já que requer um equilíbrio e uma habilidade notável, que só se consegue com o tempo e muita prática.

    A barca tem que ir sempre bico arriba e de esguelha à força da água, evitando pôr-se de travesso o que pode provocar o seu afundamento. A rema sempre se tem que apoiar de par da barca, para impedir que fique debaixo, o que provocaria a perda e quedar sem governo. Para evitá-lo, era costume levar uma de reposto. Quando o rio vai cheio a vara não chega até o fundo, rema-se às duas maõs, como as barcas de pá.

    A barca ao levar carga prende muito, e o passo do rio tem que buscar a forma apropriada. Mais doado era navegar na corrente "madre" do rio que se quadrava ao revês, querendo sair dela. Se vai rio arriba, o barqueiro arrima tudo o possível à beira para evadir a força da água.




A técnica de navegação é uma parte do saber do povo. Para barquear ou batuxar, o barqueiro ajudava-se com a rema, uma vara geralmente de vidoeiro, dum tamanho que pode superar os cinco metros de comprimento, e que apoiada no fundo do rio gerava o impulso suficiente para navegar. A rema na maior parte dos casos ia ferrada como "aguilhadas de ferrom". A ferradura tinha duas funções claramente diferenciadas, por uma banda servia para que não se esvaísse pelo leito erosivo e rochoso do rio, e pela outra utilizava-se para bater no fundo do rio escorraçando assim a pesca no endereço desejado.


O desenho das embarcações favorece o deslocamento pelas águas pouco profundas, mas é a postura do barqueiro, adoptada para empuxar a barca com a rema, a habilidade que aqui interessa lembrar.




Navegar com vara

TEXTO E ILUSTRAÇÃO: ORLANDO VIVEIRO VEIGA E HIXÍNIO FLORES RIVAS
"O Património da auga", em Terra Chá, nº 6, 2001

BRIGADAS EN DEFENSA DO PATRIMÓNIO CHAIREGO
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