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Antes da construção das barragens, a actividade humana arredor do rio Minho era muito maior do que na actualidade. Os caminhos levavam às barcas de carga, ocupando o lugar das custosas pontes, que junto às pequenas embarcações de uso particular tinham uma notável importância no modo de vida e relação dos vizinhos da ribeira. Elementos da cultura material dos quais persistem escassos exemplares, em perigo de desaparição próxima se não se estima o seu valor patrimonial.

A navegação fluvial foi um meio de passar o rio, fundamentalmente de tipo transversal, sistema de comunicação secundário que complementava os caminhos terrestres, ainda que «as barcas eram o nosso carro» -lembra um maior ao pé do Minho. Muito numerosas no passado recente, as barcas transportavam desde lenha, erva e tojos até uvas nos dias da vindima e logo vinho, gado e feirantes, sal e tecidos, também areia, madeira, pedras e lousas desde as canteiras, além de ser empregadas para a competição desportiva e para o lazer.

O levantamento das presas hidroeléctricas a meados do século XX modificou o contorno do rio, anegando povos e vales, arredando a povoação do leito fluvial e forçando a deslocar-se à montanha. Com as barcas desaparecem também velhas ocupações, rematando com a pesca de espécies apreçadas como enguias, lampreias, salmões e sáveis.

A despovoação de toda a área do noroeste peninsular, acentuada pelo impacto das barragens nas ribeiras, leva à desaparição das embarcações fluviais. Se isto não fosse abondo, os intentos de aplicar umas normas de navegação -sem contemplar o carácter de tecnologia tradicional-, com as conseguintes multas, e a falta de regulações no tráfico nos rios, fazem muito difícil a manutenção destas embarcações.

Bibliografia:
- Vázquez Rodríguez, Xosé Manuel, O legado dos ribeiraos, Lugo, 2011.
- Vázquez Rodríguez, Xosé Manuel, O rio Minho galego-português, Lugo, 2015.



















Barcas do Minho